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No desespero de parecer ser, você se deixou ir - Uma carta sobre a distorção de imagem que promessas de emagrecimento rápido causa em mulheres

Foto do escritor: cassiaellenmilanicassiaellenmilani

Atualizado: 21 de jan.

Eu estava sentada na cama da casa de uma amiga, enquanto esperava ela trocar de roupa. A outra comentou “a Cássia e gorda” e riu. Tínhamos 10 anos, ainda com corpo de criança - redondinho, sem curvas - e eu realmente pesava mais e era maior que elas. Na verdade, aos 10 anos eu me sentia extremamanete deslocada por já ter 1,60m, calçar 38 e pesar 45kg, enquanto as minhas amigas eram todas miudinhas e delicadas. Antes, eu parecia nem perceber, mas com o tempo, a diferença ficava cada vez mais nítida.




Vamos pular 3 anos a frente, quando eu já era uma mocinha que tinha um pouco mais de curvas (e inclusive já namorava, mas essa é outra história), e o medo de não ser atraente me pegou de vez. Colocava roupas e achava horrível. Me via no espelho e só conseguia enxergar as banhas. Olhava pra fora e via ao meu redor meninas que eram magrinhas por natureza. Pronto, o estrago estava feito.

Dos 13 aos 19, foram anos de dieta da proteína, dieta detox de todos os tipos, e nesse meio tempo, virei vegana também (outra história).


Queria que fosse rápido: 10kg em 10 dias. Não podia esperar, minha vida toda dependia disso. Vivia entre picos de comer um saco de rosquinhas inteiro, a jurar pra mim mesma que nunca mais comeria açúcar na vida. A parte boa é que essa busca me fez encontrar a saúde integativa e a nutrição funcional, que me trouxe até aqui, mas a um alto custo.


Consegui ser magrinha como as minhas amigas de infância. Com 1,65m, cheguei a pesar 49kg, com uma profunda desnutrição e tendo mini desmaios ao longo dos dias. Pronto, consegui, cheguei no número na balança que eu desejava, minhas coxas eram fininhas, minha cintura também, e acredite, eu ainda olhava pra barriga que tinha ficado pra trás (e que ainda não consegui lidar com ela, diga-se de passagem).


No desespero de “ser como elas”, eu ignorei completamente o meu corpo, a minha arquitetura, as minhas necessidades. Entrei num padrão compulsivo que quase me adoeceu mentalmente, usei do veganismo como desculpa pra me restringir ainda mais, tudo isso, pra no final… bom, era isso?


Tive que trabalhar muito na minha mente, reverter muitas coisas que achava que era certo, pra voltar a comer de tudo um pouco EM PAZ, mas sem me desfazer de tudo o que aprendi sobre saúde. Hoje, com 12kg a mais, me sinto uma bela de uma gostosa, mesmo não sendo tão sequinha quanto poderia.


Quando mudei dentro de mim o que me motivava a cuidar do meu corpo, consegui enxergar a beleza que os outros viam, mas eu não. Inclusive, comecei a me nutrir melhor, a treinar mais, por puro gosto de cuidar de verdade de mim mesma. Não era mais um cartigo, se tornou um grande prazer.


Estamos prestes a começar 2025, e se eu pudesse te dar uma única sugestão, seria: foque em dar ao seu corpo condições pra ele ser o melhor, dentro do que é o melhor no seu caso. E não pra parecer ser como “as outras”. E você começa a fazer isso pela sua motivação: você quer emagrecer pra que? Sem responder essa pergunta, eu fiquei anos e anos perdida, e você não precisa passar por isso também.


Não sou incentivadora do movimento de “autoaceitação”, no sentido de só desistir de emagrecer e ficar com sobrepeso mesmo e fim. Obesidade é uma doença muito séria, que se não for resolvida, vai te causar problemas. Mas não precisa fazer disso o seu martírio. Tem como ser diferente.


Se quiser vir comigo em 2025, pra uma jornada de emagrecimento muito mais leve, que respeita e nutre o seu corpo de verdade, você pode conhecer o Naturalmente Magra, meu programa de emagrecimento, nesse link aqui:


Obrigada por ler até aqui!


 

Cássia Milani é terapeuta nutricional e técnica em nutrição, criadora do Naturalmente Magra e colaboradora do Psinko.


Instagram: @cassia.e.milani Substack: @cassiamilani

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Perfeito! Quantas vezes para nos sentirmos "aceitos" ou "iguais" a um determinado grupo, tentamos nos diminuir para caber...

Quando aceitamos e amamos ser quem somos aprendemos os meios corretos de cuidar melhor da nossa mente, das nossas emoções e do nosso corpo que é um templo sagrado.

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